quinta-feira, 28 de março de 2013

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Maternidade Grude.

Especialistas revelam o lado positivo (e negativo) de se dedicar totalmente aos filhos
Amamentação prolongada, filhos que dormem junto com o casal... Especialistas opinam sobre a volta desse velho jeito de educar.


 Um pediatra americano, William Sears, causou polêmica. Ele propõe uma revolução na educação dos pequenos. Ele sugere que amãe entre em sintonia com o bebê para entender sua linguagem, suas necessidades e seus medos noturnos. Recomenda evitar a creche e transportar o filho sempre coladinho ao corpo. Embora um projeto assim obrigue uma revisão geral da carreira, sexualidade, liberdade e da vida social, uma parcela de mulheres já optou por esse estilo de criação. CLAUDIA convocou especialistas para discutir essa tendência da mãe grude e sintetiza aqui o que eles pensam.

O que diz a psicanálise?

Oscar Cesarotto, psicanalista, professor de comunicação e semiótica na PUC-SP

"A cama até podeser dividida como forma de brincar. Na rotina e no sexo, porém, homem e mulher não precisam de mais ninguém ali. Mas, se ela só enxerga o filho, o marido fica ressentido e impotente. Quando busca o psicanalista para reconquistá-la e a neurose é grande, chega odiando o concorrente. Em casos extremos, a supermãe vai à loucura se o quadro se perpetua. Freud dizia que o bebê chupa o peito porque precisa do leite e gosta de peito. Amamentar é gozo. Também para a mulher. Ela cultua o ato ao longo de cinco, seis anos por estar apreciando. Nada contra,não fosse a carga que pesa sobre o filho. Para se tornar adulto e desejar outro ser – já que a mãe não será sua –, terá de fugir do incesto. Há mais de100 anos, a psicanálise vem mostrando que, lamentavelmente, temos de perder. Perdemos a placenta, onde flutuamos, a mama... Todo afastamento é uma castração. Nesse caso, necessária. Espontaneamente, a criança não decidirá parar de mamar. Então, não há negociação: cabe ao adulto cortar. A família toda sofre. O desmame é traumático, mas não tão devastador. Afinal, todo mundo superou. Por último, a educação com apego é só mais uma onda. Nos anos 1970, as mulheres foram trabalhar, os bebês ganharam o leite em pó e a creche. Nos 1990, elas retomaram a amamentação até os seis meses e usaram o dinheiro que ganharam para comprar qualidade de vida. É pouco. Agora, tendo tanto tempo e amamentando tanto, perseguem a hiperqualidade de vida. E estão tendo, por isso, cobertura na mídia. Não é muito narcisismo?” Fonte: Facebook.

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